Por Jorge Robespierre Tomás Japur
“Progresso” é a palavra que define a edição do InfoCampus de 13 de maio, como bem lembrou a professora Ada Cristina Machado Silveira no seu e-mail para o grupo de discussão da FACOS. É claro que o fato de possuir avanços não significa que o trabalho já esteja em um nível ideal, mas a crescente qualidade dos textos demonstra que a redação da turma melhora a cada semana.
Tecnicamente nota-se ainda a persistência de orações em ordem indireta e um abuso de locuções verbais, além de adjetivações e uso excessivo de pronomes indefinidos. Em duas ou três reportagens o texto não foi redigido de maneira impessoal. Por outro lado, identifica-se uma maior exploração do recurso link, e também a utilização de subtítulos para facilitar a leitura e tornar os textos menores, evitando assim que o leitor fique fatigado.
As fotografias utilizadas mostram os personagens das matérias realizando alguma ação relacionada à sua atividade, como exige o manual de redação. Entretanto, parece que a foto é um recurso que ainda pode ser melhorado. Talvez só a prática aprimore a qualidade das fotografias.
As pautas e o modo como elas foram desenvolvidas demonstram que os repórteres possuem sensibilidade, o que confere qualidade às matérias. Essa sensibilidade leva o leitor a racionalizar sobre questões aparentemente corriqueiras e simples – como o trabalho do funcionário do Restaurante Universitário, Vanderlei Correa. Esse “levar o leitor a” nada mais é do que a função primordial do jornalismo, a saber: oferecer elementos para o consumidor da informação compreender e transformar sua realidade. Nesse aspecto, os responsáveis pelo site estão de parabéns.
Cabe ressaltar que este escrito não está expondo erros, pois trata simplesmente de se o texto do webjornal está adaptado ou não aos moldes propostos pelo manual de redação.
Agenda e Informativo FACOS: Texto curto, conciso e direto. O título segue o padrão designado pelo manual, a saber: utilizar o nome do evento.
Apresenta algumas locuções verbais desnecessárias, como “devem ser feitas”, “deverão efetuar” e “deverá ser enviado”.
O modo como as informações foram expostas lembra o blog “Dicas Culturais etc.” produzido pelos colegas no semestre passado. As informações nele eram curtas e objetivas.
Perfil: O título retrata bem a vida de James Pizarro. Pois, além de professor, é militante permanente de questões ambientais. O texto foi escrito de modo a puxar a atenção do leitor.
O texto apresenta algumas locuções verbais e ordens indiretas, mas felizmente não em número suficiente para atrapalhar a leitura.
No fim da reportagem, falta link para as edições anteriores.
Ofícios: Foi discutido em sala de aula a problemática da repetição de nomes completos no decorrer do texto. Colocando-se no lugar do leitor, observa-se que não é necessário repetir constantemente o nome completo do personagem da reportagem. A repórter fez um test drive do consenso da turma, e de fato parece melhor assim.
O texto foi escrito de forma pessoal. Nele o repórter coloca-se também como personagem da situação, já que ele também é um aluno que se serve do Restaurante Universitário. Entretanto, de acordo com o manual devemos escrever textos impessoais para o InfoCampus.
O texto da matéria é curto e conciso, dificilmente alguém perderia o interesse durante a leitura. A repórter está de parabéns pela escolha da pauta, já que expôs fragmentos de uma realidade sobre a qual as pessoas têm curiosidade, só que dificilmente buscam conhecê-la. Este Ombudsman que vos escreve, por exemplo, já jogou sem querer, no lugar dos talheres, uma laranja na bacia destinada à louça suja, e foi alguém no lugar do Vanderlei – quiçá o próprio – quem devolveu a fruta com um sorriso conotando “seu mongo”.
Projetos e Pesquisas: “A ocorrência de desastres naturais na região Sul do Brasil aumentou consideravelmente nos últimos anos”. Um leitor poderia questionar na seqüência: “quais desastres ocorreram nos últimos tempos que permitem tal afirmação?” Ao escrever deve-se cuidar para não fazer afirmações que deixem coisas pendentes.
O nome da Dra. Tânia aparece sem acento circunflexo na primeira citação.
Não há link para a edição do projetos e pesquisas do dia 29 de abril.
O texto é conciso e objetivo. Apresenta aos leitores projetos importantes desenvolvidos pela UFSM, muitas vezes desconhecidos pelos servidores, pela comunidade discente e até mesmo docente.
O “Projetos e Pesquisas” exige do repórter grande qualificação, o que torna o trabalho árduo, pois lidar com tecnologias que estão fora da nossa compreensão e, ainda por cima, apresentá-las de modo inteligível para o leitor não é fácil. Essa editoria faz jus ao jargão: “jornalista deve ser mais ou menos bom num pouco de tudo”.
Panorama:
Está escrito “fonte” no lugar de “foto”.
A sigla “UNIFRA” foi usada antes do nome por extenso da instituição. Deve-se primeiro escrever o nome da instituição por extenso, e pôr a sua sigla entre parênteses. Na próxima vez que tal instituição for citada, aí se utiliza apenas a sigla.
“Na próxima quinta-feira, dia 15” O mês deve acompanhar o dia.
O texto é conciso e expõe objetivamente os últimos acontecimentos sobre a feira do livro. Em um primeiro momento talvez não se perceba o porquê dessa reportagem fazer parte da seção Panorama. Entretanto, através de tal texto urge uma questão que possivelmente todo estudante, funcionário e professor da UFSM perguntar-se-ia ao lê-lo (além, é claro, do por que os livros de “Gabriel, o Pensador” estarem entre os mais vendidos da feira): por que a cobertura do evento é feita quase que exclusivamente por alunos da UNIFRA?
Entrevista: O repórter escreveu as datas da forma indicada pelo manual. Entretanto, discutiu-se em aula a questão acerca da data. Na maioria das editorias seguiu-se o modelo “12 de maio” e não foram utilizados numerais para designar meses e anos. Deve-se discutir se houve ou não consenso sobre esse tema, para padronizar as datas entre as editorias.
O tema investigado pelo repórter é daqueles sobre o qual os alunos cochicham pelos corredores da UFSM. Entretanto, nenhum possui informações consistentes sobre o programa. A entrevista foi concisa, esclarecedora e objetiva.
Por se tratar de uma entrevista, quesitos como ordem indireta e locuções talvez não devam ser analisadas com o mesmo rigor das outras editorias.
Unidiversidade: Deve-se cuidar o uso de pronomes indefinidos e a questão da impessoalidade.
O Unidiversidade desta edição de certa forma apresentou a questão dos intercâmbios para o exterior. Ou seja, de certa forma complementou o tema apresentado na editoria anterior, sobre o intercâmbio feito dentro do país.
Comunidade: Nota-se que a repórter cuidou para não redigir seu texto na ordem inversa do discurso e não utilizar excessivas locuções, que são até agora as incompatibilidades mais freqüentes considerando o manual de redação. O texto é conciso e de agradável leitura.
Seria interessante complementar a reportagem falando mais sobre o perfil das pessoas que participam da orquestra, pois um possível interessado pode desistir de participar por acreditar ser de condição “inferior” a necessária para entrar na orquestra.
Eu Recomendo: Deve-se cuidar o uso excessivo de artigos indefinidos e adjetivações. De resto, o texto está bem organizado. A recomendação de “Surplus” com certeza agradará à ala esquerdista da universidade.
Editorial: O editorial da edição faz o que se espera de um editorial: define a posição do veículo. O texto é claro e demarca a posição do InfoCampus acerca das questões ambientais discutidas há décadas pelo professor James Pizarro.
Em relação às edições anteriores, o InfoCampus desta semana apresentou um número menor de inadequações ao manual de redação. Apresentou também matérias de sensibilidade apurada. Exploraram-se melhor os recursos link e subtítulos. Espera-se que esse processo de amadurecimento continue nas próximas edições.
terça-feira, 20 de maio de 2008
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